Existem diversos factores que contribuem para a performance e sucesso desportivo, entre eles aspectos técnicos, tácticos, físicos, fisiológicos e mentais. A nutrição é um dos principais determinantes da performance física e mental de um atleta.
Boas escolhas alimentares diminuem o risco de lesão ou de doença ao manter a função do sistema imunitário, contribuem para tirar o máximo proveito do treino, ajudam a obter e a manter um peso e composição corporal adequados preservando as massas muscular e óssea, modulam a disponibilidade de substratos energéticos e contribuem para uma melhor recuperação após o exercício, factor muito importante, tendo em conta os calendários competitivos cada vez mais exigentes. A alimentação de um atleta deve ser pensada de acordo com um critério científico em prol do seu rendimento desportivo, sem negligenciar a cultura, gostos pessoais e bem-estar de cada atleta.
Muitos atletas não atingem os seus objectivos nutricionais, sendo as suas principais dificuldades o facto de terem poucos conhecimentos acerca dos alimentos e pobres capacidades culinárias, escolhas erradas quando vão às compras ou fazer refeições fora, conhecimentos desactualizados sobre nutrição desportiva, falta de tempo, viagens frequentes e uso indiscriminado de suplementos desportivos.
Ter uma composição corporal adequada é determinante para o desempenho desportivo. Para tal é necessário enquadrar os valores de tecido adiposo e tecido muscular aos valores de referência da modalidade em questão. O tecido adiposo actua como peso morto em actividades em que a massa corporal tem que ser carregada repetidamente contra a gravidade. Por outro lado, o aumento da força e da velocidade podem ser obtidos através da manipulação do tecido muscular do atleta.
Outro aspecto fundamental para a performance desportiva é o estado de hidratação do atleta. A água é o componente mais importante do corpo humano, pelo que é fundamental para a manutenção de um bom estado de saúde e para uma boa performance desportiva. A performance num exercício está prejudicada quando a desidratação excede os 2% da massa corporal antes do exercício, partindo do pressuposto que 1kg de massa perdido é equivalente a 1 litro de perdas de suor. Dependendo da modalidade, verificam-se muitas situações de atletas que atingem níveis significativos de desidratação. A cor e o volume da urina são bons indicadores do estado de hidratação, devendo esta ser clara e inodora.
O sódio é o principal electrólito perdido pelo suor. As suas perdas são mais difíceis de avaliar que as perdas hídricas havendo contudo formas mais empíricas (manchas brancas no equipamento desportivo, sensação de ardor nos olhos ou sabor do suor) ou elaboradas (colocação de pensos para colheita de electrólitos em certas zonas do corpo).
Sendo assim, negligenciar estes pormenores é uma oportunidade perdida para atingir o melhor rendimento desportivo ao alcance de um atleta.
Na opinião do Nutricionista Dr.º Samuel Amorim